terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Relatório final - 4º Bimestre Bio-geografia

Avaliação da armadilha mosquitérica e nível de instrução da população de dois bairros de Campo Mourão a respeito do Aedes aegypti.

Edmar Santos – Unespar/Campus de Campo Mourão - edmarsantos03@gmail.com
Gilberto da Silva Leverentz ­–Unespar/Campus de Campo Mourão – gilba_@hotmail.com
               Marina Hneda – Unespar/Campus de Campo Mourão – marihneda@gmail.com
Naiane Rosa – Unespar/Campus de Campo Mourão – nany.rcd@gmail.com
           
Introdução
O presente estudo foi desenvolvido na cidade de Campo Mourão - PR, devido aos constantes surtos de dengue registrado ao longo dos anos. Skuse (1894) destaca que A. aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus, da família Culicidae são vetores do arbovírus da dengue e da febre amarela urbana, um dos principais problemas de saúde pública no mundo.  Câmara et al. (2007), aponta que a progressão da dengue e a dispersão do seu vetor dependem das condições ecológicas e socioambientais para se desenvolver. No Brasil o A. aegypti é o único com importância epidemiológica e a cada ano enfrenta-se surtos de epidemia da doença. Programas federais, estaduais e municipais foram criados com o intuito de fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica de prevenção, conscientização e combate ao vetor da doença, com destaque para o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) instituído em 24 de julho de 2002.
Na cidade de Campo Mourão, embora tenha-se o combate contra a dengue e seu vetor (fumacê, tratamento químico e vigilância sanitária), a infestação predial chega a 6,7%, taxa considera muito alta pelo Ministério da Saúde.
 Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo avaliar a eficácia da armadilha denominada “mosquitérica” no controle do A. aegypti. Escolhendo-se para este fim os dois bairros que segundo a Secretaria de Saúde do Município (dados 2015) seriam os mais infestados.  Concomitantemente à instalação das armadilhas aplicou-se um questionário para avaliar o grau de conhecimento da população sobre o problema.

Materiais e métodos

Delimitou-se como área de estudo os bairros Santa Cruz e Moradias Avelino Piacentini (Figura 1), locais com índices mais elevados de infestação. As armadilhas foram produzidas usando-se: a) garrafas pet; b) lixas para madeira n°.220; c) fita isolante e d) tesoura. As garrafas foram dobradas e cortadas, assim a parte de cima, ficando em forma de funil foi encaixado na parte de baixo da garrafa (Figura 1). Após isso, a parte do funil foi lixada até que ficasse uma superfície áspera para melhor aderência dos ovos, na sequência retirou-se a tampa da garrafa, o seu lacre serviu para que o micro tule fosse preso a essa superfície, formando uma barreira. Após isso, a parte do funil foi lixada até que ficasse uma superfície áspera para melhor aderência dos ovos, na sequência retirou-se a tampa da garrafa, o seu lacre serviu para que o micro tule fosse preso a essa superfície, formando uma barreira (Figura 1).  Com o intuito de testar variáveis que possam maximizar os resultados 50% das armadilhas foram pintadas de preto. Para a atração do mosquito, colocou-se grãos de arroz e água na armadilha. As armadilhas foram instaladas nas residências por meio de sorteio de cumbuca e mediante autorização dos proprietários. Foram instaladas 8 armadilhas em cada bairro, fazendo manutenção como troca da água a cada dois dias, e as mesmas foram retiradas após duas semanas, repetindo-se o processo por três vezes, nos meses de abril, outubro e novembro deste ano. Na recuperação das armadilhas, as mesmas eram lacradas com fita isolante, para se evitar que algum mosquito capturado escapasse. Aplicou-se 30 questionários junto à população nos bairros, abordando quais eram as características do mosquito, suas fases, hábitos, fatores de disseminação, descrição do mosquito e ainda com que regularidade realizavam a limpeza e vistoria de seu quintal.
Figura 1 – Mosquitérica desenvolvida e difundida pelo professor Maulori Cabral, do Departamento de Virologia do IMPPG-UFRJ - Disponível em: http://www.noticiaki.com/armadilha-para-mosquito-da-dengue.html

Resultados/Discussão
Em 25% das armadilhas (Bairro Santa Cruz) pintadas de preto foram encontrados ovos de A. aegypti e nenhum indício de ovos ou larvas nas armadilhas brancas. Tal situação evidencia a preferência dos mosquitos por locais mais escuros. No bairro Moradias Avelino Piacentini não se encontrou ovos ou indícios do mosquito em nenhuma das armadilhas. Embora os testes sejam ainda preliminares, os primeiros dados verificados evidenciam a baixa eficácia das armadilhas em relação à captura do mosquito.
Quanto aos questionários aplicados, 70% da população não tem conhecimento em relação a todas as questões abordadas sobre os fatores de disseminação, bem como do ambiente e dos hábitos preferidos pelo mosquito. Mostrando a necessidade de continuação das campanhas informativas e métodos pelo poder público em para controlar a propagação do vetor.
Conclusão
As armadilhas instaladas não tiveram a eficiência na captura dos mosquitos, ressalta-se entretanto que os testes são preliminares, sendo prematuro o desaconselhamento do seu uso no controle do mosquito.
Embora seja notória as campanhas sobre a conscientização sobre o perigo da dengue e sobre a necessidade de controle do A. aegypti fato facilmente observado em várias tipos de mídia, verificou-se que o nível de conhecimento sobre o assunto nos bairros estudados é muito baixo, tal situação sugere que formas mais didáticas e diferenciadas devem ser usadas considerando-se e individualizando-se cada área estudada.

Referências Bibliográficas

CÂMARA, et al.. Estudo retrospectivo (histórico) da dengue no Brasil: características regionais e dinâmicas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.40, n.2 Uberaba mar./abr. 2007. Disponível em: < http: //www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-
86822007000200009&lng=pt&nrm=isso> Acesso em: 27 Abr. 2015.

PEDROSA, M. C. Aspectos ecológicos da ocorrência de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus,1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse, 1984) (DIPTERA:CULICIDAE) em áreas verdes urbanas e residenciais. 84 f. Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento biodiversidade, evolução e meio ambiente – DEBio, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Minas Gerais, 2013. Disponível em: http://200.131.208.43/handle/123456789/3322. Acesso: 30 Abr. 2015.

Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Situação da dengue no Paraná 2014/ 2015. Disponível em: < www.saude.pr.gov.br>. Acesso: 27 Abr. 2015. 

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